tag:blogger.com,1999:blog-33007858312951870822024-03-13T20:52:43.236-03:00Cine deLÍRIOiglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.comBlogger80125tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-15925912067977078432012-05-22T10:17:00.000-03:002012-05-24T10:46:22.731-03:001970 – 2014: a indiferença dos escravos<br />
<div style="text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cc0000;">Por Paulo Morais</span></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-FU2c__Y1uuE/T747nFV7gdI/AAAAAAAAKFE/7DEqnNW1bI8/s1600/pra+frente+brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="287" src="http://2.bp.blogspot.com/-FU2c__Y1uuE/T747nFV7gdI/AAAAAAAAKFE/7DEqnNW1bI8/s400/pra+frente+brasil.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Para
o poeta mexicano Octavio Paz, a liberdade não é uma filosofia, mas um movimento
da consciência que, em certos momentos da vida, leva o indivíduo a pronunciar
um destes dois monossílabos: “sim” ou “não”. Dito desta maneira, parece que o ato de escolher
uma destas palavras é uma tarefa fácil. Como pode ser visto em vários momentos
do filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pra frente Brasil</i> (Roberto
Farias, 1982), até as escolhas aparentemente irrelevantes, como dividir uma
corrida de táxi com outra pessoa, são acompanhadas de consequências. Diferente
dos outros animais, o primata bípede com seu grande córtex cerebral não é somente
o resultado daquilo que o seu código genético está programado a ser. Ao
contrário dos outros animais que não têm outra alternativa senão viver da
maneira que estão naturalmente destinados a viver, a vida dos seres humanos não
é a simples repetição dos padrões da espécie. Por meio de “sins” e “nãos”, cada
indivíduo é livre para inventar e escolher sua forma de vida e o seu destino,
mas a metafísica envolvida na tarefa de escolher um destes dois monossílabos é
tão complexa que escolhemos até quando nos esquivamos de escolher ou deixamos
que outros escolham por nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Durante a copa do mundo de 1970,
época em que o Brasil apresentava índices inéditos de crescimento econômico e o
governo do presidente Médici instaurava um clima de perseguição e terror aos
opositores da ditadura militar, Jofre G. Fonseca (Reginaldo Faria), um cidadão,
trabalhador e pagador dos seus impostos, bom pai, bom marido, mas sonso demais
e tão débil mental quanto tantos outros trabalhadores da recém-criada classe
média brasileira, é sequestrado por membros de uma milícia e torturado até a
morte. Enquanto seu irmão e sua esposa tentam encontrá-lo, os diferentes
personagens deixam claro que o regime ditatorial não foi mantido somente pela
força dos golpistas, mas pelo comodismo e indiferença daqueles que eram livres
para dizer “sim”, quando escolheram dizer um cômodo ou medroso “não”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Se, em 1970, pessoas morriam e não
saía nos jornais por causa da censura, às vésperas da copa de 2014, os jornais
não precisam ser censurados. O Estado já não precisa maquiar as notícias que
falam das desigualdades e injustiças sociais, da vergonhosa concentração de
renda, da flagrante exploração da pobreza ou das mortes causadas pelo descaso e
corrupção governamental. Inebriada pelo sentimento ufanista gerado pelas facilidades
de crédito, religiões empresariais, distrações midiáticas, marketing diuturno e
crescimento econômico fundado em capital especulativo, a brava classe média
brasileira se esconde atrás das grades de sua jaula domiciliar e, distraída e
cansada, esquece que tem a liberdade de refletir: “Que direito, meu Deus? O que
eu tô fazendo aqui? [...] Eu sou uma pessoa comum, com emprego, documento,
família e pago imposto. Ninguém tem direito de fazer isso comigo”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Como preconizado na música <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Panis Et Circenses</i> (Os Mutantes), dois
anos antes da copa de 1970, os escravos-felizes, cômodos em frente a TV na sala
de jantar, estavam ocupados em nascer e morrer (como qualquer outro animal não
humano), enquanto pessoas perdiam suas vidas por insistirem em ser livres para
dizer “não” aos torturadores que lhes exigiam respeito nos porões do DOI-CODI. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Alguém
já disse que o mal do mundo não são os tiranos, mas os indiferentes. </span>
<br />
<br />
Ano: 1982<br />
Direção: Roberto Farias<br />
País: Brasil<br />
Duração: 105 min.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-dsBHDFGG73Q/T747dQrAogI/AAAAAAAAKE8/exTcVK_ZrY4/s1600/capa.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://4.bp.blogspot.com/-dsBHDFGG73Q/T747dQrAogI/AAAAAAAAKE8/exTcVK_ZrY4/s400/capa.gif" width="400" /></a></div>
</div>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-31170295808080862152012-05-17T15:05:00.000-03:002012-05-17T15:05:07.294-03:00Então...hoje, dia 17 de maio de 2012, foi deflagrada a greve nacional dos docentes. A duras penas, já aprendemos que não adianta fazer cineclube no campus quando não tem aulas, porque não tem alunos. Portanto, a sessão de hoje fica suspensa e vamos nos organizar para, a partir da semana que vem, voltar ao esquema cinegreve na escadaria da Reitoria.iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-62320144947346218062012-05-11T00:13:00.000-03:002012-05-11T00:18:52.596-03:00Níveis de liberdade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-MzjHymJYO5w/T6x3gOeB6UI/AAAAAAAAJ_8/Ps-3j0sRBv0/s1600/poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-MzjHymJYO5w/T6x3gOeB6UI/AAAAAAAAJ_8/Ps-3j0sRBv0/s400/poster.jpg" width="269" /></a></div>
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A peça de teatro de autoria de Bosco Brasil <i>Novas diretrizes para tempos de paz </i>foi transformada em filme por Daniel Filho: <i>Tempos de Paz</i>. A narrativa se passa em 1945, depois do fim Segunda Guerra, quando aporta no Brasil um navio carregado de imigrantes. Um deles, o senhor Klausewitz (Dan Stulbach, altamente convincente no papel de imigrante autodidata), já chamava atenção de uma polonesa no navio. (Mas quem não entende polonês fica a ver navios nessa parte, porque não há legendas.) Na alfândega, Klausewitz chama atenção das autoridades: não tem bagagem, se diz agricultor e recita um poema de Drummond.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Suspeito de ser espião nazista, Klausewitz é retido e interrogado por um agente da polícia política de Getúlio Vargas, Segismundo (Tony Ramos, em atuação esplendorosa). Estranhando que o estrangeiro fale português, Segismundo sugere propina, mas o polonês não tem nada a oferecer além de suas memórias. O agente propõe um trato: se as memórias do pretenso agricultor o comoverem às lágrimas em dez minutos, ele carimba seu salvo-conduto. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Klausewitz tinha desistido de ser ator na Europa devastada pela guerra e via no Brasil e na língua portuguesa a liberdade. Logo depois de aportar no lugar que lhe daria uma nova vida, é arbitrariamente detido. Sua liberdade depende de um agente que se revela ex-torturador.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um aspecto da liberdade é este, ligado ao direito de ir e vir. Assim, o cárcere é o lugar da não-liberdade. Mas a liberdade apresenta outras facetas.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Segismundo e Klausewitz alternam monólogos em que reavivam suas memórias. Ambos concluem que não fizeram uso do livre-arbítrio em suas vidas. Segismundo sempre seguiu ordens, nunca se deu o direito de escolher por conta própria compadecer-se dos outros. Klausewitz sempre esteve presente em todas as desgraças da guerra, mas nunca fez nada: esteve presente quando seu ídolo morreu, quando sua esposa morreu, quando encontraram o corpo de seu pai, quando sua vida desmoronou com os bombardeios. A segunda faceta da liberdade é o livre-arbítrio: a liberdade de escolha.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Durante a interação, Segismundo deixa claro que a ficção não faz parte de sua vida. Nunca foi ao teatro, não reconhece Drummond como escritor, não se fala de cinema. Klausewitz, no entanto, mistura ficção e realidade. Porque na ficção ele tem a liberdade, tem uma fuga da realidade. A terceira faceta da liberdade é a ficção, o universo semelhante à realidade, que se confunde com ela, mas não é real. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por fim, temos a liberdade sendo discutida na Literatura. A parte de sua fala que comove o ex-torturador é um trecho de uma peça teatral, em que o personagem se questiona como pode ter mais instinto que uma ave, no entanto menos liberdade que ela; mais alma que uma fera, no entanto menos liberdade; mais escolha que um peixe, no entanto menos liberdade; mais vida que um riacho, no entanto, menos liberdade.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/zkFF9VltBOc" width="400"></iframe></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<br />
Ficha técnica:<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 13px;"></span><br />
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Tempos de Paz</strong><br />
Brasil, 2009<br />
Drama</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Direção:</strong><br />
Daniel Filho</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Roteiro:</strong><br />
Bosco Brasil</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Elenco:</strong><br />
Tony Ramos, Dan Stulbach, Daniel Filho, Louise Cardoso, Ailton Graça</div>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-81370101938294509282012-04-27T16:28:00.002-03:002012-04-27T16:28:57.541-03:00A ruptura absoluta: solidão nas grandes cidades<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span class="Apple-style-span" style="color: #cc0000;">Por Paulo Morais </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“Não acredito que se deva dedicar a
vida à morbidez do egocentrismo. Acredito que alguém deve se tornar uma pessoa
como as outras”. A partir destas ruminações, o protagonista do filme <i><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Taxi Driver </span></i>(1976), do diretor
Martin Scorsese, oferece elementos úteis para reflexões acerca da solidão, uma
condição da existência de todos os seres humanos, que se mostra particularmente
dramática nos “animais da noite” que circulam pelas ruas das grandes cidades. No
final do século XIX, William James escreveu que as rupturas entre os
pensamentos humanos são as mais absolutas da natureza, “nem contemporaneidade,
nem proximidade espacial, nem similaridade de qualidade ou conteúdo são capazes
de fundir os pensamentos”. A estranheza generalizada e os pequenos
mal-entendidos presentes em quase todos os diálogos triviais ou significativos que
Travis Bickle (Robert De Niro) mantém ao longo do filme são exemplos desta
ruptura intersubjetiva. Seja por ser mal compreendido pelos outros, seja por
ser incapaz de perceber o mundo a partir de uma perspectiva diferente da sua, Travis
alterna momentos de empatia com situações nas quais a linguagem usada
compartilha somente a mesma gramática e foge-lhe uma semântica comum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">É por meio das sutilezas da linguagem
(verbal ou não verbal) que os pensamentos de uma pessoa podem se tornar
parcialmente acessíveis ao pensamento de outra pessoa, mas os diálogos e
monólogos do filme mostram a condição de isolamento vivenciada pelos habitantes
das grandes cidades que, a despeito de falarem o mesmo idioma, não compartilham
os mesmos significados e, ao tentar romper o isolamento, se afastam cada vez
mais. Nas situações corriqueiras como, por exemplo, ao comprar doces e refrigerante
em um cinema pornô, e também nas relações interpessoais significativas com a
prostituta mirim Iris (Jodie Foster) ou com Betsy (Cybill Shepherd), Travis e seus
interlocutores são incapazes de minimizar a ruptura entre os pensamentos e
promover a aproximação intersubjetiva e o diálogo autêntico capaz de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>antagonizar o isolamento descrito por James. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O roteirista do filme, Paul Schrader,
afirmou que a profissão de motorista taxi foi o modo encontrado para
representar a solidão típica dos centros urbanos, na qual a pessoa se percebe
isolada mesmo com uma enorme quantidade de outras pessoas ao seu redor. Mesmo
para um animal que, nas palavras de Dostoiévski, se adapta a tudo, a densidade
populacional das grandes cidades, associada à qualidade precária da maior parte
das relações interpessoais dos seus habitantes, é um fator de risco para a
saúde dos seres humanos. Na tentativa de adaptar-se a um meio hostil, o animal
humano, dotado de autoconsciência, naturalmente narcísico e só parcialmente gregário,
se vê obrigado a executar a difícil tarefa de “se tornar uma pessoa como as
outras” (que é uma estratégia útil para o indivíduo reduzir as chances da sua exclusão
social) ao mesmo tempo em que precisa se firmar, a todo instante da vida, como uma
pessoa única e diferente de todas as outras pessoas que existe (que é a
consequência natural de possuir autoconsciência). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Apesar de negar os aspectos patológicos
associados à idolatria das próprias características e acreditar que o indivíduo
deva se adequar às demais pessoas, Travis, um ex-fuzileiro-naval exposto à
incomunicabilidade e solidão da metrópole cosmopolita, se torna um motorista de
taxi (em qualquer lugar e a qualquer hora) que deseja somente “trabalhar por
muitas horas” para preencher suas noites de insônia. No entanto, as
características de tal profissão contribuem para que Travis se torne o
expectador egocêntrico de um mundo perverso e corrupto. Após “abater-se pelas
coisas”, Travis deixa a condição de mero expectador e decide mostrar aos sacanas
nojentos e aos animais da noite que ele é um homem que não aguenta mais, que é
um indivíduo capaz de se opor à decadência e ao lixo da grande cidade. E, na
solidão daquilo que parece ser os seus últimos pensamentos, Travis se torna o
herói dos jornais, recebe uma carta de gratidão dos pais de Iris, revê os
amigos, tem um breve, mas autêntico, diálogo com Betsy e se vai, solitariamente
dirigindo seu taxi por entre os painéis de neon das avenidas da grande cidade.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-ozC8ovplCyA/T5rzXXmOIJI/AAAAAAAAJ-M/I7m1StRkk08/s1600/taxi-driver.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-ozC8ovplCyA/T5rzXXmOIJI/AAAAAAAAJ-M/I7m1StRkk08/s400/taxi-driver.jpg" width="283" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Taxi Driver</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">1976</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Martin Scorsese</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd</span></div>
<!--EndFragment-->iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-18417936406549152592012-04-18T10:23:00.002-03:002012-04-18T10:27:45.905-03:00Ciência por outro anglo<a href="http://1.bp.blogspot.com/-g_kVWAQ9Y4Y/T47A-MBEySI/AAAAAAAAAEI/F20EzcJkSds/s1600/cinema-Footnote.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 270px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-g_kVWAQ9Y4Y/T47A-MBEySI/AAAAAAAAAEI/F20EzcJkSds/s400/cinema-Footnote.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732731550299375906" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif""><br /></span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span ><i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"">Footnote</span></i><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif""> é um filme israelense que tem como plano de fundo a vida acadêmica. Eliezer Shkolnik sem dúvida é um solitário. Dedicou vinte anos de sua vida nos estudos do Talmude (livro da religião judaica), buscando provar sua teoria de que existiu uma versão mais antiga do que a que se tinha até o momento. Seus estudos tornaram-se obsoletos quando outro pesquisador acidentalmente encontra a prova cabal que Eliezer precisava para provar sua teoria e publica antes dele.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >O filho de Eliezer, Uriel, também é pesquisador. Porém a maneira de conduzir suas pesquisas é bem diferente do modo como seu pai trabalha. Seu foco está em conseguir reconhecimento e dinheiro. Uriel alcança reconhecimento quando seu nome é indicado para vencer o prêmio Israel. Prêmio que seu pai vinha sendo indicado nos últimos vinte anos, mas nunca chegou a vencer. Quando a comissão organizadora do prêmio Israel ligou para avisar Uriel Shkolnik que ele havia vencido o prêmio, um engano acontece: ligam para o Dr. Shkolnik (Eliezer) dizendo que ele havia vencido o prêmio. Por dedicar tanto tempo de sua vida aos estudos, Eliezer não mantém uma relação saudável com seu filho. Sabendo disso, Uriel procura a comissão organizadora do evento para pedir que eles não desfaçam o engano, pois isso seria uma decepção muito grande para seu pai. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >Partindo do princípio de que estar sozinho é uma opção, podemos pensar que a solidão de Eliezer está diretamente relacionada com seu método de pesquisa, que exige isolamento e dedicação total. Poderíamos encaixar Eliezer em um movimento recente denominado de <i>slow cience. </i>Esse movimento prega uma pesquisa com uma duração maior, que vise uma pesquisa de excelência. Enquanto Uriel, um pesquisador comum, busca reconhecimento e divulgação de seu trabalho. Reconhecimento que para a ciência atual é alcançado através de muitas publicações em revistas e livros conceituados. Tudo isso acaba afastando pai e filho não só na vida profissional como também na vida familiar. Comportamento que é reproduzido por Uriel com seu próprio filho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >O filme concorreu ao Oscar 2012 na categoria de melhor filme estrangeiro. Porém recebeu algumas críticas por conta dos “esclarecimentos” que aparecem durante o filme. É uma espécie de explicação sobre os acontecimentos da narrativa para o expectador. O diretor utiliza ferramentas estéticas como divisão da tela, narração<i> off</i> e divide os filme em capítulos, “Coisas que você precisa saber sobre Eliezer Shkolnik” é um exemplo das explicações que aparecem ao longo da narrativa. Este detalhe dá um aspecto cômico para algumas partes da película (o que não é ruim), porém dá a impressão de que se trata de um filme hollywoodiano e que o público não teria capacidade de compreender o filme sem as tais explicações. Apesar disso, <i>Footnote</i> é um bom filme, especialmente para nós, habitantes do mundo acadêmico.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >Ficha técnica<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >Diretor: Joseph Cedar<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"" >Ano: 2011 <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12.0pt; line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif""><span >País de origem: Israel</span><o:p></o:p></span></p><p></p>Érika Limahttp://www.blogger.com/profile/08007017050719681385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-34038462615528999972012-04-11T20:26:00.001-03:002012-04-11T20:31:15.398-03:00O Fabuloso Destino de Amélie Poulain<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-O_n-MB1DJZk/T4YTAr9TIsI/AAAAAAAAADw/FzkmRF3KvdQ/s1600/amelie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-O_n-MB1DJZk/T4YTAr9TIsI/AAAAAAAAADw/FzkmRF3KvdQ/s320/amelie.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A Solidão é vista, por nossa maioria, como um sentimento doloroso que nos acomete em determinadas circunstâncias. Afinal, quem nunca sentiu um vazio estando em casa sozinho sem uma programação? As pessoas veem solidão como algo pessoal, elas não pensam que estar só é uma característica de todos nós. Todos nós sentimos a necessidade de interagir com outras pessoas para nos sentirmos amados e incluídos no meio social. Mesmo com essa interação, nem sempre é possível deixar de se sentir só, a pessoa se isola de tudo e todos e acaba criando um mundo visto só por ela e só dela.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Em <i>O Fabuloso Destino de Amélie Poulain</i>, a personagem principal Amélie é privada de ter contatos com outras crianças porque seu pai pensa que ela tem um problema cardíaco, sendo assim, ele não a deixa frequentar a escola. Amélie convive apenas com o pai ausente e a mãe neurótica. Com essa situação, Amélie cria um mundo muito particular e refugia-se nele. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Já adulta, Amélie vive as consequências de sua infância. Não tem amigos próximos, não tem um namorado, não tem uma vida social ativa. Apenas tem o seu pai, que às vezes, ela o visita. Refugiada na solidão, Amélie cultiva os prazeres mais simples da vida. Até que um dia, algo que mudará a vida dela, inesperadamente acontece. Amélie encontra uma caixinha com objetos infantis que havia sido perdida há décadas por um garotinho e resolve procurar o dono para devolver o pertence. Ao reparar a emoção do <span class="apple-style-span">senhor Bretodeau ao reencontrar a caixinha</span>, Amélie acredita que pode ajudar outras pessoas, levando sutilmente um pouquinho de seu mundo de sonho.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-6LLXam62GO4/T4YUD7rRiUI/AAAAAAAAAD4/n9lCODptOr0/s1600/amelie_caixa2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-6LLXam62GO4/T4YUD7rRiUI/AAAAAAAAAD4/n9lCODptOr0/s320/amelie_caixa2.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Após Amélie ajudar a todos com seus planos simples, ela recebe ajuda de seus colegas, e consegue ajudar uma última pessoa refugiada na solidão: ela mesma. Amélie compreende que precisa encarar a realidade e resolver sua vida estagnada antes que seja tarde demais. </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Um roteiro de pura sensibilidade e inteligência, uma belíssima trilha sonora e fotografia contribuíram para que o filme fosse tão reconhecido publicamente. <i>O Fabuloso Destino de Amélie Poulain </i>nos mostra a solidão das pessoas que vivem em uma mesma cidade, porém são centradas em seus próprios mundos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Título Original: </span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Le fabuleux destin d'Amélie Poulain</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Ano:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> 2001<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">País:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> França<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Duração:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> 120 min.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Diretor:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Jean-Pierre Jeunet<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Elenco:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Yolande Moreau, Artus de Penguern, Urbain Cancelier, Dominique Pinon, Maurice Benichou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Produção:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Jean-Marc Deschamps, Claudie Ossard<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Roteiro:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Fotografia:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Bruno Delbonnel<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Trilha Sonora:</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> Yann Tiersen<o:p></o:p></span></div>Julie Menezeshttp://www.blogger.com/profile/15917622690498646080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-87193966130900980252012-04-03T00:04:00.001-03:002012-04-03T00:10:34.444-03:00Minha casa, minha língua<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-HcUuJB0KaTE/T3pYH24DRrI/AAAAAAAAJ6o/pQiRDM0SEbs/s1600/casa-vazia-poster-filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-HcUuJB0KaTE/T3pYH24DRrI/AAAAAAAAJ6o/pQiRDM0SEbs/s400/casa-vazia-poster-filme.jpg" width="277" /></a></div><br />
Em <i>Casa Vazia,</i> do koreano Kim Ki Duk, acompanhamos a estória de um sujeito que leva um estilo de vida peculiar. Nosso herói não tem nome, não tem endereço fixo, não tem emprego, não pede nada a ninguém. Sua técnica para sobreviver sem ser notado é engenhosa: passa o dia colando volantes com propagandas de comida etc. nas maçanetas de portas de casas e de noite entra naquela casa de onde a propaganda não foi removida. Estas costumam ser casas temporariamente vazias porque seus habitantes viajaram.<br />
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O protagonista não ocupa a casa por muito tempo. Come o que tem na geladeira, lava a roupa que tem no cesto, usa a escova de dentes que tem na pia, conserta o relógio, o rádio, a balança, dorme no sofá e parte no dia seguinte. Casas grandes, pequenas, em bairros nobres ou pobres, tanto faz: ele ocupa a casa que estiver vazia. Lá dentro, tira fotos de si ao lado de imagens das pessoas ausentes.<br />
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Solidão não se confunde com o sentimento de abandono, antes se liga à escolha de isolar-se e o desejo de mudança. O personagem principal escolhe ocupar as casas dos outros quando eles não estão. Ele escolhe não voltar para o mesmo lugar, não ter um lugar que representa a si mesmo. Ele escolhe não ter com quem conversar.<br />
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Numa casa, no entanto, há alguém. A moça que foi agredida e abandonada pelo marido percebe a presença do outro e acompanha seus movimentos pela casa sem ser vista. Numa dança de sombras, ela aprende com o estranho a arte de ocupar o espaço da intimidade alheia. Juntos, eles passam a ocupar casas e viver diversas aventuras (numa casa, são pegos dormindo; em outra casa, encontram um defunto etc.) sem, no entanto, trocar qualquer palavra. O pacto deles é forte, assim como o silêncio.<br />
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A proposta do cineclube é exibir filmes de acordo com algumas temáticas, de modo que possamos repensar os temas a partir dos filmes. Em <i>Casa Vazia</i>, temos, numa visão superficial, uma grande história de amor de duas pessoas em tão perfeita sintonia, que não precisam da linguagem verbal para se comunicar. Também numa visão superficial, um casamento não dá espaço à solidão. Numa visão menos superficial, percebemos que a modelo que vive numa mansão é tratada pelo marido como se fosse um objeto de difícil manuseio. Ela se sente como indica a balança quebrada: pesando 110kg. Para ela, o moço que conserta a balança significa uma possibilidade de mudança. Na cena final, contemplamos a leveza do amor dos dois. Mas em relação ao marido, ela se encolhe no silêncio. Não responder é uma escolha.<br />
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Não nos espantamos que um recém-nascido seja capaz de reconhecer, dentre todos os sons e ruídos que capta, a fala humana. Não estranhamos que somos compelidos a falar com bebês, plantas ou animais - mesmo que não tenhamos garantia de que somos compreendidos ou teremos resposta. Fazemos ligações com outras pessoas através da linguagem. Investimos horas (conversando ao vivo ou no telefone, escrevendo ou lendo cartas, e-mails, mensagens etc.) na comunicação através da linguagem, seja <i>in presentia</i>, ou <i>absentia</i>. Falamos muito, falamos sem pensar, falamos o que não devia ser dito, jogamos papo fora. Aprendemos e ensinamos através da linguagem, valorizamos quem se expressa bem e quem fala o que pensa. Optar por não falar é uma maneira de isolar-se. Assim como a casa dá pistas sobre a identidade de uma pessoa, a língua dá pistas de sua identidade. Como criar laços com uma pessoa que não mostra a sua identidade?<br />
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(Bin-jip, <a href="http://www.cineplayers.com/index_filmes.php?ano=2004">2004</a>)<br />
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• Direção: <a href="http://www.cineplayers.com/perfil.php?id=4611">Ki-duk Kim</a><br />
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• Roteiro: <a href="http://www.cineplayers.com/perfil.php?id=4611">Ki-duk Kim</a><br />
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• Gênero: <a href="http://www.cineplayers.com/top_genero.php?id=4">Drama</a>/<a href="http://www.cineplayers.com/top_genero.php?id=1">Romance</a><br />
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• Origem: Coréia do Sul/Japão<br />
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• Duração: 88 minutos<br />
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• Tipo: Longa-metragemiglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-46969074906018599562012-03-08T13:25:00.005-03:002012-03-08T15:30:35.007-03:00Acompanhar até a morte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-sl00yy3QVPg/T1jO7yLSdrI/AAAAAAAAJ28/TaTRZSvOfhU/s1600/hanami.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://2.bp.blogspot.com/-sl00yy3QVPg/T1jO7yLSdrI/AAAAAAAAJ28/TaTRZSvOfhU/s400/hanami.jpg" width="400" /></a></div><br />
Os dois outros filmes da temática Morte - <i>Dead Man</i> e <i>A Partida - </i>contam estórias de rituais em que se acompanha alguém para a morte. Em <i>Dead Man</i>, o personagem de Johnny Depp, William Blake, é acompanhado por Nobody até a morte segundo os rituais do indígena. Já no filme <i>A Partida</i>, o personagem principal assume, como profissão, o ritual de acompanhar a família sobrevivente ao se despedir do morto. Em <i>Hanami</i>, de Doris Dörrie, também temos a imagem do acompanhamento até a morte, mas o filme alemão aborda o tema de maneira mais complexa.<br />
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Rudi e Trudi são um casal na terceira idade. Vivem num vilarejo na Bavária, sul da Alemanha, rodeados por montanhas com picos nevados. Para não dizer que as pessoas desse lugar são conservadoras, diremos que são "conscientes de sua tradição". Tanto, que o ideal para Rudi seria não mudar jamais, manter a rotina certa e segura, seguir o caminho traçado. O diagnóstico de que Rudi tem apenas poucos meses de vida não é dado a ele, mas à esposa. Em vez de preparar o marido para a iminência da morte, ela organiza uma visita a Berlim, para rever os filhos. Ela toma para si a tarefa de acompanhar o marido nos seus últimos momentos de vida e unir a família dispersa em torno do homem ao qual dedicou sua vida.<br />
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Saindo da paisagem bucólica do campo, a metrópole sufoca o casal com seu constante movimento, prédios, pixações, falta de tempo, casas pequenas, sotaque estranho. Não reconhecem os filhos, seus modos de vida, não entendem suas escolhas, não percebem que as comidinhas regionais trazidas na bagagem não agradam mais, sentem-se deslocados. Partem dali para a praia, mais ao norte. Passeiam pela praia, paisagem incomum para o casal alpino e decidem voltar para casa. Na manhã seguinte, a esposa amanhece morta.<br />
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Todos os filhos, inclusive o preferido (que mora no Japão) reúnem-se ali para se despedir da mãe. Rudi volta para a casa grande e vazia. Começa então a sua grande viagem de tentar entender a esposa morta. Finalmente ele se interessa pelos desejos da mulher de visitar o filho no Japão, ver o Monte Fuji, aprender butô. Leva os pertences da companheira falecida para o Japão e metaforicamente acompanha a esposa na descoberta desse mundo exótico.<br />
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Em Tóquio, o filho essencialmente trabalha. A paisagem de concreto e neon é mais opressiva que a de Berlim. A casa é menor, a língua um enigma completo. Largado à própria sorte, Rudi estranha tudo. Através de outra linguagem, consegue estabelecer contato com uma dançarina de butô. Através dessa dança que ele custa a assimilar, que lhe causava incômodo quando transformava a esposa, Rudi acompanha a mulher e arranja uma companheira no país desconhecido.<br />
<br />
O filme abre com a declaração de Trudi que somente iria ao Japão se fosse acompanhada do marido. Por vias tortas, é isso que acontece: mesmo separados fisicamente, ela lhe faz companhia. E ao acompanhá-lo nessa viagem, abre ao marido uma nova forma de ver o mundo. Assim como vida e morte fecham um ciclo, hanami, a festa das cerejeiras em flor, ápice da primavera nipônica, encerra a estória triste, mas bela de pessoas que caminham juntas enquanto têm tempo.<br />
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É possível identificar no filme alguns caminhos e lugares concretos e metafóricos. Do vilarejo em que os destinos das pessoas costumam ser predestinados (o filho do padeiro será padeiro, o bastardo pobre não vai se casar com a filha do fazendeiro) saem os filhos. Seus caminhos os levam para cidades grandes e modernas, onde descobrem um mundo novo e uma vasta paleta de possibilidades de como conduzir suas vidas. Segundo a tradição, o lugar de Trudi é ao lado do marido, mas ela se encanta pelo lugar escolhido pelo filho preferido. O marido só percorre o caminho ao país desconhecido quando da esposa restam apenas memórias. Os desejos da esposa o acompanham a um lugar em que convivem tradição e tecnologia.<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 12px;"><b><span style="font-size: x-small;">Título Original: </span></b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 12px;"><span style="font-size: x-small;">Kirschblüten - Hanami.<b><br />
Origem: </b>Alemanha / França, 2008.<b><br />
Direção: </b>Doris Dörrie.<b><br />
Roteiro: </b>Doris Dörrie.<b><br />
Produção: </b>Harald Kugler e Molly Von Furstenberg.<b><br />
Fotografia: </b>Hanno Lentz.<b><br />
Edição: </b>Frank C. Muller e Inez Regnier.<b><br />
Música: </b>Claus Bantzer.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 12px;"><span style="font-size: x-small;"><br />
</span></span>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-12242716935707108082012-02-23T19:56:00.002-03:002012-02-23T21:34:39.489-03:00A partida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-FhpTYtYPYqw/T0bC1s_l8CI/AAAAAAAAADU/-PTRkaqPbWg/s1600/A+Partida.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-FhpTYtYPYqw/T0bC1s_l8CI/AAAAAAAAADU/-PTRkaqPbWg/s320/A+Partida.JPG" width="320" /></a></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cada particularidade da morte nos afeta. Seja o motivo ou momento inesperado, todo falecimento tem um ritual de passagem no qual seguimos dependendo dos costumes locais e principalmente da crença religiosa. Todos nós possuímos uma herança cultural que define a nossa visão da morte. As nossas interpretações atuais sobre a morte constituem parte da herança que as gerações anteriores, as antigas culturas, nos deixaram. Seja qual for o rito de passagem, há surpresa e tristeza em toda morte.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Com um roteiro simples e sem rodeios, o filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A partida</i> mostra o cotidiano de um violoncelista que perde seu emprego tão sonhado após a Orquestra na qual ele trabalhava ser desfeita. Ele volta à cidade natal para morar na casa da mãe e de um pai que mal conheceu e acaba conseguindo um emprego pouco respeitado: torna-se um “nokanshi”, um mestre em limpar, maquiar e vestir cadáveres.</span> <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Essa função advém de uma antiga tradição japonesa de deixar o morto limpo, belo e bem tratado para seu rito de passagem, função antes exercida pelas famílias dos mortos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Interessante a forma como as outras personagens veem essa profissão. Para elas, trata-se de uma profissão vergonhosa, indigna e até mesmo sórdida, o que implica uma visão negativa por parte destes em relação ao contato entre mortos e vivos, bem como uma negação de uma antiga tradição cultural.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para Daigo, o manuseio de cadáveres tornou a morte algo material, mas, conforme ele foi se adaptando à profissão, ele começou a perceber o sentido e a importância de todo ritual. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">A morte deixou de ser vista como algo plenamente material, e passou a ter beleza após todo cuidado que ele tinha com o corpo do falecido para o rito de passagem. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Falar sobre a morte provoca certo desconforto, pois damos de cara com a finitude, o inevitável, a certeza de que um dia a vida chega ao fim, porém, no filme. além de mostrar um panorama interessante sobre a morte como um ato cultural japonês, cheio de beleza, nos fala também sobre a vida, as mudanças e o passado dos personagens.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">FICHA-TÉCNICA:</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Título Original:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> Okuribito</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Lançamento:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> 2008</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">País de origem:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> Japão</span></div><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Direção:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> Yojiro Takita </span><br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Atores:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki, Ryoko Hirosue, Kazuko Yoshiyuki.</span><br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Duração:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> 130 min</span><br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Gênero:</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> Drama</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Premiações:</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif;">OSCAR</span></b></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"><br />
Melhor Filme Estrangeiro<br />
<br />
<b>FESTIVAL DE MONTREAL</b><br />
Grand Prix des Amériques<br />
<br />
<b>FESTIVAL DE PALM SPRINGS</b><br />
Melhor Filme - Júri Popular</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span>Julie Menezeshttp://www.blogger.com/profile/15917622690498646080noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-82191637256565442972012-02-10T13:08:00.001-03:002012-02-25T12:43:51.310-03:00Homem morto<a href="http://2.bp.blogspot.com/-SvdA4aI_xEo/TzVB2caxi1I/AAAAAAAAAD8/OJFodh5R2NA/s1600/dead_man_07-08-09.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5707540506359204690" src="http://2.bp.blogspot.com/-SvdA4aI_xEo/TzVB2caxi1I/AAAAAAAAAD8/OJFodh5R2NA/s400/dead_man_07-08-09.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 400px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 268px;" /></a><br />
<div style="text-align: center;"><u><br />
</u></div><div style="text-align: left;"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"> </span></span><br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">O cineclube deLírio está de volta. Iniciamos nossas atividades este ano com nossa primeira temática: Morte. Abrindo os trabalhos nesta nova temática, apresentamos </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"><i>Dead Man. </i></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Dirigido por Jim Jarmusch, Dead man é um filme que foge aos padrões hollywoodianos, mesmo que à primeira vista se trate de um típico </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"><i>Western.</i></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"> Este mérito pode ser atribuído ao diretor que tem fama de ser independente e ousado.</span></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"> <div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">O filme se passa na segunda metade do século XIX e conta a história de Willian Blake, que deixa sua cidade natal (Cleveland, onde recentemente tinha perdido seus pais, noiva e se desfeito de todos os seus bens) e parte em uma jornada em direção à cidade de Machine, situada no fim de uma estrada de ferro. Ele segue para esta cidade em busca de um emprego que lhe havia sido prometido em uma carta. Logo ele descobre, sob a mira de uma arma, que o emprego agora era de outra pessoa.</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Após esta primeira desventura, Blake conhece uma linda mulher e com ela passa uma noite, porém novamente as coisas não saem do jeito esperado e ele deixa o quarto da jovem com uma bala alojada no corpo e dois cadáveres no aposento. A partir daí começa a jornada de Blake em direção à sepultura. Não só pelo fato de estar ferido, mas também porque agora é procurado pelo assassinato de uma mulher e do filho do dono da fábrica de onde ele havia sido expulso. </span></span> </div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Em meio a estas desventuras, Blake é encontrado por um nativo-americano que tenta ajudá-lo, mas não consegue, pois a bala está muito próxima do coração. “Você matou o homem branco que te matou?” pergunta “Nobody”, já percebendo a situação de morte certa. Situação que só Blake parece não perceber: “não estou morto!” diz Blake. Juntos eles tentam fugir das inúmeras pessoas que agora procuram matar Blake (em busca da recompensa). </span></span> </div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"><i>Dead man</i></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"> é um filme que definitivamente fala de morte, só que não a vemos no filme como estamos acostumados a ver em nossa sociedade. Apesar de sabermos que um dia o fim chegará para todos, sempre nos surpreendemos com sua chegada, gerando sentimento de perda, dor e tristeza. Esses sentimentos não aparecem em </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;"><i>Dead man</i></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">. Na película, a morte aparece como algo corriqueiro e sem valor. </span></span> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">O filme se passa na época da fundação da nação americana e nele também é abordada a questão da relação entre as culturas. Percebemos o estranhamento entre um cidadão “civilizado” e um “selvagem” através da figura dos personagens de Blake e Nobody. A relação entre os dois personagens é bem interessante, pois percebemos o grande choque entre as culturas. A morte aqui aparece em forma de destruição. Por diversas vezes vemos no filme cenas de aldeias indígenas destruídas pelo homem branco “civilizado”, que quase exterminou os povos nativos.</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">A película lembra as tragédias clássicas. Os personagens não têm controle sobre suas vidas, são guiados pelo “destino”. Ainda dentro do trem Blake é avisado que caminha para a sepultura e Nobody diz (confundindo o poeta com o moribundo) que os versos de Blake seriam escritos com sangue. Tudo dá errado para o personagem e ninguém escapa do fim trágico: a morte.</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Título original: Dead man</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Diretor: Jim Jarmusch </span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Duração: 121 min</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Ano: 1995</span></span></div></span></div></div>Érika Limahttp://www.blogger.com/profile/08007017050719681385noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-45806383735196571972011-12-09T12:57:00.001-03:002011-12-11T21:01:51.415-03:00Sonhos sonhos são<a href="http://4.bp.blogspot.com/--GQ7EUnmOgE/TuIwHbLiflI/AAAAAAAAALk/kvkAGll1vwA/s1600/Requiem.for.a.Dream.%25282000%2529.ab2103fe.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5684158583808360018" src="http://4.bp.blogspot.com/--GQ7EUnmOgE/TuIwHbLiflI/AAAAAAAAALk/kvkAGll1vwA/s320/Requiem.for.a.Dream.%25282000%2529.ab2103fe.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 218px;" /></a><br />
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Réquiem é uma espécie de oração que tradicionalmente foi destinada a funerais. Quem não lembra do famoso réquiem produzido por Mozart que culminou com a sua própria morte? Podemos entender o réquiem também como um poema mórbido.<br />
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No caso do filme em questão, trata-se de um réquiem para um sonho. Quantos sonhos nossos são sonhos defuntos? Vontades mortas antes mesmo de terem uma oportunidade de realização? No filme, as personagens esperneiam em busca de seus sonhos. A cada nova tentativa, mais próxima fica a beira do abismo.<br />
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Podemos ver Réquiem - Por um sonho com muitos olhares diferentes: seja pela questão do uso de substâncias psicoativas, pelas ilusões oriundas dos programas de auditório, pelas promessas de amor eterno...<br />
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O drama se dá na incapacidade de saber a hora de parar. Seria incapacidade ou não temos realmente o controle que tanto desejamos (alguns acreditam ter!) sobre o rumo de nossas vidas? Como definir os limites do prazer e da loucura?<br />
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A vida continua um grande mistério. O filme que encerra a temática <b>Obsessão</b> e fecha com chave de ouro a atuação do Cineclube DeLírio este ano. Imperdível para quem acredita que não está pronto e que muitas mudanças estão para acontecer em suas vidas.<br />
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Apareça!<br />
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Créditos:<br />
Título original: Requiem for a Dream<br />
Lançamento: 2000 (EUA)<br />
Direção: Darren Aronofsky<br />
Atores: Ellen Burstyn, Jared Leto, Jennifer Connelly, Marlon Wayans.<br />
Duração: 102 min<br />
Gênero: DramaNinno Amorimhttp://www.blogger.com/profile/16244641329640231899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-32403429898846793042011-10-17T23:42:00.000-03:002011-10-17T23:42:09.423-03:00BreuNão teve sessão hoje porque o motor do gerador pifou de vez. Os alunos que ocupam a Reitoria estão no escuro. Quem entrar em crise de abstinência por falta de filmes legais, pode ir no SESC, onde está acontecendo a 6. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Veja a programação <a href="http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2011/html/cidade_porto_velho.html">aqui</a>.iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-85189828378228047442011-10-06T10:52:00.000-03:002011-10-06T10:52:33.671-03:00Por que não teve sessãoOntem de manhã a Reitoria foi ocupada pelos estudantes. Logo em seguida, o fornecimento de energia do prédio foi cortado. Os professores das engenharias conseguiram fazer o gerador funcionar, mas os alunos tiveram que poupar energia. Como usamos uma tomada da Reitoria para projetar os filmes do cineclube na escadaria, decidimos suspender a sessão de quarta-feira (05 de outubro).<br />
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Voltaremos assim que houver condições.iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-12145714154470855332011-09-16T15:21:00.000-03:002011-09-16T18:05:44.700-03:00Cinelube na greveSalve, pessoas!<br />
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Estamos em greve porque simplesmente não aguentamos mais... Para a realização de nossa atividade de extensão, por exemplo, não há uma sala de vídeo sequer em todo o campus. É um problema pequeno, mas dificulta muito o nosso trabalho. O cineclube aconteceu até hoje porque doamos nossas caixas de som e ficamos mendigando salas pelos corredores. Ficamos colando papel madeira nas paredes para evitar a luz externa que atrapalha a exibição. E ainda carregamos o datashow, que fica sob nossa responsabilidade e que teremos de responder a processos administrativos caso seja roubado ou danificado.<br />
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Nos parece que, segundo a (não) atenção dada ao cineclube pela universidade, essas atividades não são importantes para a formação dos estudantes. O que contraria toda uma concepção do uso do cinema na qualificação intelectual de seus expectadores, desenvolvida e praticada em todo o planeta.<br />
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Nossa decisão durante a greve é a de exibir filmes que tratem de temáticas como democracia, liberdade, revolução, movimentos sociais etc.<br />
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Vamos exibir filmes todos os dias na escada da Reitoria. Começaremos às 19:01, sem falta.<br />
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Apareçam para engrossar o caldo dos grevistas e ajudar na luta por uma universidade séria, transparente e compromissada com a nossa sociedade.<br />
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Saudações libertárias!Ninno Amorimhttp://www.blogger.com/profile/16244641329640231899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-68582814245610324522011-09-07T17:54:00.000-03:002011-09-07T21:14:35.458-03:00A obsessiva fã nº 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-WM4su7Tnbxs/TmfUTtUSGBI/AAAAAAAAADQ/pUHRmWTy0IU/s1600/1256234521_louca_obsessyo_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-WM4su7Tnbxs/TmfUTtUSGBI/AAAAAAAAADQ/pUHRmWTy0IU/s320/1256234521_louca_obsessyo_4.jpg" width="320" /></a></div><br />
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<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Uma mistura de tensão e angústia constrói gradativamente o suspense contido no filme <i>Misery</i>. Estamos agora diante de uma obsessão inteiramente sem limites, que se desenvolve quando a pessoa passa a conviver com uma ideia que ela acredita ser a certa e perfeita, ainda que seja um absurdo para quem está ao redor.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No filme <i>Misery</i>, temos a personagem muito bem representada por tal obsessão: Annie Wilkes (Kathy Bates) uma enfermeira sozinha, isolada da cidade, temperamental e consequentemente fã obcecada de <i>Misery</i>. Ela está decidida a fazer dos livros sua vida, troca sua realidade pela ficção dos livros que tanto admira. Essa relação que ela tem com as obras do seu escritor favorito Paul Sheldon (James Caan) gera um conflito a partir do momento em que ela o acolhe em sua casa após ele ter sofrido um acidente de carro. Ela fica disposta a ajudá-lo até descobrir que ele matou a sua personagem preferida da série que ainda será publicada. Annie se revela como uma fã doentia, capaz de fazer de tudo para ter sua personagem de volta - nem que isso custe a vida dela ou do escritor.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A temática que o filme propõe nos faz refletir sobre os (não) limites que um fã tem ao admirar os seus ídolos, que na maioria das vezes nem sabem da sua existência. Essa fascinação por algo ou alguém tende a ser perfeita para os olhos do obcecado, como é para Annie. Ela envolvia a personagem <i>Misery</i> na sua vida, acompanhava cada livro como se fosse real e não só o via como uma ficção.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Essa paixão desmedida partiu da ideia do livro <i>Misery,</i> de Stephen King, e como já era de se esperar, o roteiro é cheio de suspense e terror. </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>FICHA TÉCNICA:</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Título original: Misery</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>País de origem: Estados Unidos</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Ano: 1990</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Duração: 107 min </b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Direção: Rob Reiner</b></div><b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Elenco: James Caan, Kathy Bates, Frances Sternhagen,Richard Fansworth.</span></b><br />
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<div id="ficha_tecnica" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><h4>Premiações:</h4><h4><b>Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA</b> </h4><h4 style="font-weight: normal;">Oscar de Melhor Atriz (Kathy Bates) </h4><b>Prêmios Globo de Ouro, EUA</b><br />
Prêmio de Melhor Atriz em um Drama (Kathy Bates) </div>Julie Menezeshttp://www.blogger.com/profile/15917622690498646080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-86003837244512172222011-08-29T20:30:00.000-03:002011-08-29T22:37:34.937-03:00O Cheiro vem do ralo<div style="text-align: center;"><u><br />
</u></div><a href="http://1.bp.blogspot.com/-4NQNJrx_IHo/TlwhapC0GxI/AAAAAAAAADk/KAgHrtfRMlA/s1600/cheirodoralo.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646424774393731858" src="http://1.bp.blogspot.com/-4NQNJrx_IHo/TlwhapC0GxI/AAAAAAAAADk/KAgHrtfRMlA/s400/cheirodoralo.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 298px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 200px;" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">Baseado no livro homônimo escrito por Lourenço Mutarelli, <i>O Cheiro do Ralo </i>é um filme no mínimo curioso. Nele conhecemos Lourenço, um sujeito egocêntrico, sem escrúpulos que se diverte com a desgraça alheia, cujo único objetivo é “comprar a bunda” da garçonete de uma lanchonete.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">Obsessão é o nome do meio de Lourenço. Ele gosta de explorar as pessoas que vão à sua loja de antiguidades para vender objetos usados, dando sempre ofertas baixas pelos objetos e sempre se aproveitando da necessidade das pessoas. Mas sem dúvida suas maiores obsessões são o ralo do banheirinho de seu escritório e a ‘bunda’ da garçonete da lanchonete que ele frequenta. Para todas as pessoas que entram em seu escritório, ele faz questão de explicar que o odor que eles sentem vem do ralo do banheiro, pois seu maior medo é que todos pensem que o cheiro vem dele. Todos os dias Lourenço vai a uma lanchonete comer uma comida que sempre lhe faz mal só para admirar os atributos físicos da moça de nome impronunciável. “Eu poderia passar uma semana inteira só olhando para essa bunda”, usando as palavras de Lourenço, percebemos um homem obcecado.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">A estética do filme é bem interessante, a fotografia nos passa a impressão de sujeira, é possível sentir um desconforto gerado pelo cenário. Em todos os ambientes que Lourenço frequenta (casa, trabalho, lanchonete) percebemos lugares feios e desarrumados, com imagens amareladas, o que nos leva a imaginar o cheiro que esses lugares possuem.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">Se comparado com o livro, o filme deixa a desejar no que diz respeito à fidelidade à obra original. A cena final do filme não acontece no livro e também vale citar alguns clichês presentes na película que acabam tirando o brilho do trabalho. Mas ainda assim vale a pena assistir este filme que nos mostra a questão da obsessão de uma forma suave e até cômica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">FICHA TÉCNICA:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">DIREÇÃO: Heitor Dhalia</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">ANO: 2007</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">ELENCO: Selton Mello, Paula Braun, Martha Meola, Sílvia Lourenço.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">DURAÇÃO: 112 MIN.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><o:p> </o:p></div>Érika Limahttp://www.blogger.com/profile/08007017050719681385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-73766974100494591882011-08-25T10:47:00.000-03:002011-08-28T22:09:17.260-03:00Qual é a sua obsessão?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-hZ7mvgMAUo4/TlWlqiGa72I/AAAAAAAAJKg/8hSPTj54NBI/s1600/dolls.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://3.bp.blogspot.com/-hZ7mvgMAUo4/TlWlqiGa72I/AAAAAAAAJKg/8hSPTj54NBI/s400/dolls.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Silêncio, casa, fama, família, dinheiro, sexo, ordem, rotina, higiene, beleza, corpo, prazer, perfume, sapatos, doença, comida, carros, drogas, companhia, filmes, cores, casamento, solidão, poder, trabalho, morte, barulho, livros, bonecas, homens, mulheres. Quais são as suas obsessões? </span><br />
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><i>Dolls</i>, de Takeshi Kitano, recorre ao Teatro Bunraku para contar três histórias que, unificadas pelo “casal-boneco” Matsumoto e Sawako, tentam mostrar ao espectador, além das obsessões das personagens, uma bela, sensível e silenciosa crítica à sociedade japonesa contemporânea. Através do recurso do coro da tragédia clássica grega, somos apresentados a homens obcecados pelo poder, por dinheiro e por suas culpas; e mulheres obcecadas pelo casamento, pela beleza, pela espera, pelo silêncio. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A estória que costura as outras estórias com um fio vermelho é a tragédia de Matsumoto, que é manipulado pelos pais para casar-se com a filha de seu chefe, apesar de ser noivo de Sawako. Contudo, antes da cerimônia do casamento, abandona tudo ao saber que Sawako havia tentado o suicídio. Assim, de forma obsessiva, une-se a quem parece de fato amar: Sawako. Mas é tarde, ela encerra-se em si mesma e torna-se uma boneca, - mas permanece senhora de suas próprias vontades (e obsessões). Para controlar esses desejos e obsessões, Matsumoto a prende nele mesmo com uma corda. Essa corda vermelha simboliza o apego desmedido que caracteriza a obsessão do casal. Acorrentados um ao outro, vagam pelo Japão, pelas estações do ano, pelas outras estórias. O fio vermelho ainda costura o presente com flashbacks e as duas pontas do filme.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-qvVr4VKbL5g/TlWl0QmRayI/AAAAAAAAJKk/iP0bne5yTeY/s1600/dolls+gelb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://3.bp.blogspot.com/-qvVr4VKbL5g/TlWl0QmRayI/AAAAAAAAJKk/iP0bne5yTeY/s400/dolls+gelb.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Na segunda estória, acompanhamos Hiro, um alto membro da Yakuza (máfia japonesa) que, ao sentir-se à beira da morte, tenta reencontrar seu antigo amor. Amor este abandonado por ele para sair em busca de riqueza e poder (paralelamente ao que Matsumoto estava prestes a fazer). Trinta anos depois de ter sido anbandonada num banco de praça, vemos a antiga namorada de Hiro, rotineira e obsessivamente, insistindo em esperar com o almoço no banco onde costumavam se encontrar.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A terceira estória envolve Haruna Yamaguchi, uma cantora que, após um acidente, passa a viver reclusa com vergonha de seu rosto deformado. Ela recebe a visita de um único fã, um rapaz cego. Trata-se de Nukui que feriu os próprios olhos para manter intacta sua obsessão pela cantora. </span><br />
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O filme possui uma belíssima fotografia, transitando pelos obsessivamente organizados e limpos parques, ruas, pontes e viadutos. A câmera costura um cenário aberto, livre, sem grandes obstáculos. Ao contrário de como são tratados os próprios personagens: presos uns aos outros quer seja por sentimentos de culpa, arrependimento, amor, obsessão, quer seja por uma corda, uma cadeira de rodas ou mesmo a ignorância.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-fnIQVUaa860/TlWmAKqpykI/AAAAAAAAJKo/TAy4Eqrt5Zk/s1600/dolls_lovers_snow.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="http://2.bp.blogspot.com/-fnIQVUaa860/TlWmAKqpykI/AAAAAAAAJKo/TAy4Eqrt5Zk/s400/dolls_lovers_snow.jpg" width="400" /></a></div><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O penúltimo filme de Takeshi Kitano, <i>Dolls </i>(2002), é diametralmente oposto aos outros. Apelando para as emoções do espectador, captura-o pela fotografia sublime. Em <i>Zatoichi</i> (2003) e <i>Hana-Bi - Fogos de artifício</i> (1997), por exemplo, a violência se dá de forma bruta, coreografada, visual. Em <i>Dolls </i>não temos a Yakuza, mas a estrutura da sociedade japonesa esmagando os personagens. Não há gritos nem diálogos, há silêncios e olhares que traduzem emoções. Não é um filme quebra-cabeça, sobre o qual é preciso falar para alcançar-lhe a lógica, mas um filme que - sem palavras - dialoga com as sensações. </span><br />
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">De fato, <i>Dolls </i>é um filme de poucos diálogos. Parece ser a proposta do diretor-roteirista de fazer um filme para ser mais visto do que escutado. Mas o fato de ser silencioso não faz de <i>Dolls </i>um filme apático, mudo. Seus personagens gritam por meio de gestos mecanizados, controlados, repetitivos. Revelam suas angústias e obsessões por meio de seus atos extremados, suas expressões, seus olhares, seus sentidos ou silêncio. Talvez seja uma tentativa de “mostrar” a sociedade japonesa, cuja comunicação é mais pautada em gestos, símbolos e olhares, se comparada à ruidosa sociedade ocidental. Marc Ferro, historiador francês estudioso de cinema, alerta-nos da necessidade de perceber a imagem fílmica (com ou sem som) tal como um texto, e como tal, possuidora de um autor, de um contexto e de elementos de reflexão e crítica da sociedade na qual foi produzido ou reproduz. Assim, não há como assistir ao filme <i>Dolls </i>sem levar em conta a forte presença dos valores culturais japoneses de auto-afirmação, da superação racional, do machismo extremado, do excesso de controle social. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Esta sociedade é muito bem representada por uma de suas modalidades clássicas de teatro, conhecida como Bunraku. No teatro japonês Bunraku, mais de um homem controla, de forma sincronizada, bonecos bem elaborados, bem feitos, bem trajados, de maneira tal que parecem possuir vida própria. Não por acaso dois bonecos iniciam e encerram o filme. Seria uma provocação do diretor para fazer ver o que resta de humano em nossa sociedade, seja ela oriental ou ocidental? Qual o sentido da vida e de ser humano quando nos tornamos marionetes obsessivamente controladas por vaidades, ciúme, culpa, ou mesmo o amor?</span><br />
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Realizado por Takeshi Kitano </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">País: Japão </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Ano: 2002 </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Duração: 113 min. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Com: Kanno Miko, Nishijima Hidetoshi, Mihashi Tatsuya, Matsubara Chieko, Fukada Kyoko, Tageshige Tsutomu, Omori Nao. </span><br />
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<div style="color: red; text-align: right;"><b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Por Marcelo Sabino e </span><br style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;" /><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Lou-Ann Kleppa</span></b></div>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-35794897564805212892011-08-24T00:43:00.000-03:002011-08-24T01:01:06.290-03:00Perdidos no tempo<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Estou perdida no tempo. Passei uma semana fora e quando voltei, não me dei conta de que o tempo aqui tinha passado. Na minha percepção, eventos do passado e presente estavam alocados no futuro. No entanto, Lola já tinha corrido e fui aboiada para a sessão no SESC enquanto o filme era exibido. Isto significa que esta resenha é, diferente das outras, um <i>post scriptum</i>.</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">O primeiro filme exibido foi o curta de 15 minutos <i>Morte.</i> de José Roberto Torero. Laura Cardoso e Paulo José fazem o casal que se engaja nos preparativos para a própria morte. Passeiam pelo cemitério escolhendo lápides e flores, encomendam o caixão, ensaiam o funeral com os amigos, redigem o testamento e arrumam as malas. Quando tudo está pronto, esperam a Morte chegar. Mas a Morte não avisa quando vem visitar.</div><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-GhLpQmzkNi8/TlRn3VAAo-I/AAAAAAAAJKU/A8SdmhmSqKI/s1600/morte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-GhLpQmzkNi8/TlRn3VAAo-I/AAAAAAAAJKU/A8SdmhmSqKI/s1600/morte.jpg" /></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Semelhante desorientação no tempo é trabalhada no conto d<i>Os sete enforcados</i>, de Leonid Andreiev. Os sete personagens do escritor russo são condenados à forca. Ao contrário do casal do curta, os sete sabem exatamente quando morrerão, e o conto todo se desenrola sobre como eles ocupam seu tempo até a chegada da morte programada. Em ambos os casos, o modo como se aproveita o tempo antes do ponto final é tematizado. No curta, um período de tempo de vida é preenchido com preparativos para a morte. No conto, um período de tempo semelhante é preenchido com tentativas de contornar o momento derradeiro.</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">O outro filme da noite foi <i>Aboio</i>, de Marília Rocha. Trata-se de um documentário lindíssimo que leva a assinatura da documentarista mineira. Marília Rocha deixa a câmera filmando depois de obter a resposta do entrevistado, esperando por uma eventual continuidade. Com a curiosidade de uma criança, ela foca na garganta de onde sai o som, como se buscasse o momento em que é produzido. Por vezes, ouvimos sua voz, mais raramente seus comentários sobre a filmagem. Enfim, percebemos seu estilo de contrapor um clímax com uma cena contemplativa. Nessas cenas, em que pássaros rodeiam no céu, podemos ruminar as imagens vistas, as estórias narradas, o aboio e o olhar manso do boi.</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Também aqui podemos observar um descompasso. Em algumas cenas, o som é editado de tal maneira que o vaqueiro que vemos contando causo não enuncia a voz que ouvimos do narrador. Em outro momento, o som é cortado enquanto vemos o vaqueiro tampando o ovido esquerdo e cantando com o diafragma. Os depoimentos de vaqueiros que não valorizam o traje de couro e que se renderam à carreta que transporta o gado pelo asfalto estão no início do documentário (e mais perto da atualidade), enquanto os depoimentos de vaqueiros que aboiavam desde meninos e que seguem a tradição estão no final da película (e mais presos no passado). Por fim, há imagens captadas com a câmera Super 8 costurando toda a obra.</div><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-WRM1dfglYPM/TlRwXZhsKZI/AAAAAAAAJKc/E6QUwpzqVaQ/s1600/aboio_2005_g.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="213" src="http://1.bp.blogspot.com/-WRM1dfglYPM/TlRwXZhsKZI/AAAAAAAAJKc/E6QUwpzqVaQ/s400/aboio_2005_g.jpg" width="400" /></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Marília Rocha brinca com o tempo quando dá voz a diferentes gerações: velhos vaqueiros e Lirinha, vocalista do recém-extinto Cordel do Fogo Encantado. Ela fixa o tempo da tradicional prática do aboio quando faz o documentário que registra as estórias, os falares, os cantos, os rostos, as rugas, a transformação do tempo. Através das imagens de Super 8, cria um efeito de antigo que serve de guia para o futuro. Através do canto, nos guia pelos sertões da Bahia, Pernambuco e Minas. </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Apesar de serem filmes datados, nos mostram como estamos perdidos em relação à linha do tempo: incapazes de prever o fim do nosso tempo na Terra, desconhecemos algumas tradições que nos transcendem e preenchemos o nosso tempo com a busca do progresso, desenvolvimento e dinamismo. </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Morte.</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Direção e roteiro: José Roberto Torero</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Elenco: Laura Cardoso e Paulo José</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Gênero: Ficção </div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Duração: 15 minutos</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Ano: 2002.</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Aboio</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Direção: Marília Rocha</div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Gênero: Documentário </div><div style="color: #6fa8dc; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Duração: 73 minutos</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: #6fa8dc;">Ano: 2005.</span></div><br />
iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-18431517720300700422011-08-18T20:42:00.000-03:002011-08-18T21:06:54.142-03:00Sobre as diferenças que o tempo pode fazer<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-lAN04J-wtbw/Tk2j4bqxUhI/AAAAAAAAAGo/vJnSONvmhzs/s1600/corralolacorra.jpeg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 225px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-lAN04J-wtbw/Tk2j4bqxUhI/AAAAAAAAAGo/vJnSONvmhzs/s320/corralolacorra.jpeg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642346098060251666" /></a>
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<br />São "apenas" vinte minutos... O "apenas" vem entre aspas porque a intenção é chamar a atenção para as infinitas coisas que podem acontecer dentro de certos intervalos de tempo que nossos relógios insistem em querer medir com a precisão positivista das sociedades modernas.
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<br />Durante vinte minutos Lola (Franka) tenta desesperadamente salvar seu namorado de uma grande enrascada. O namorado, Manni (Moritiz), trabalha para um poderoso gângster. Um descuido de Manni pode levá-lo à morte, caso Lola não chegue a tempo de intervir na tragédia...
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<br />Muita grana envolvida na trama. Talvez para despertar na plateia a força sedutora que o dinheiro exerce em nossas vidas. Talvez para mostrar que se trata de algo muito importante, cujo dinheiro é acionado pela narrativa do filme como uma metáfora de coisas indispensáveis à vida, o que me parece bem pior.
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<br />Manni encontra a solução na tentativa de assaltar um banco, enquanto Lola tenta ajuda junto ao pai que é muito rico. Um mero acidente que acontece pelo caminho muda todo o desenvolvimento da trama, trazendo consequências das mais diversas.
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<br />Um filme sobre um dos temas mais discutidos na modernidade, o tempo. De que estamos falando afinal? Como percebemos o tempo a nossa volta? O que é mais importante em nossas vidas? Como usamos o tempo que temos? Somos capazes de aumentar, diminuir ou desprezar o tempo?
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<br />Essas e outras questões emanam das cenas de Corra Lola, Corra. Despertando angústias, alegrias e pensamentos mil... Oxalá sirvam para direcionar melhor as nossas escolhas.
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<br />FICHA TÉCNICA:
<br />Título Original: Lola rennt
<br />Gênero: Ação
<br />Alemanha, 1998
<br />Ninno Amorimhttp://www.blogger.com/profile/16244641329640231899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-56371153630196403312011-08-10T19:57:00.000-03:002011-08-11T09:40:24.114-03:00O curioso Caso de Benjamin Button<div><br />
</div><div><br />
</div><a href="http://2.bp.blogspot.com/-lWvgXsYB-Io/TkMNihsmQsI/AAAAAAAAADc/m6gmzTYiHhk/s1600/OCuriosoCasodeBenjaminButton2008uouwww_thumb.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5639366045210133186" src="http://2.bp.blogspot.com/-lWvgXsYB-Io/TkMNihsmQsI/AAAAAAAAADc/m6gmzTYiHhk/s400/OCuriosoCasodeBenjaminButton2008uouwww_thumb.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 391px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 254px;" /></a> <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 0px;">O ser humano nasce e no decorrer de sua vida passa por várias etapas no seu desenvolvimento. A infância normalmente é o período em que a pessoa começa a descobrir as coisas da vida e dispõe de saúde e energia <st1:personname productid="em abund¬ncia. No" st="on">em abundância. No</st1:personname> período da adolescência até a idade adulta é vivido o ápice da vida. A velhice que na maioria das vezes está acompanhada de doenças que acompanham a idade é também marcada pela idia de que a morte se aproxima. É através destas mudanças que observamos a influência do tempo em nossas vidas. O filme <i>O Curioso Caso de Benjamin Button </i>é baseado no conto de <span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;">Scott Fitzgerald e a</span>presenta a história de um homem que viveu toda sua vida fora dessa linearidade convencional. Benjamim nasce com a aparência de um velho de mais de 80 anos e consequentemente apresenta os males que normalmente acometem pessoas com idade avançada.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Benjamim é abandonado pelo pai e cresce em um asilo, local onde conhece Daisy, neta de uma das moradoras do asilo. Juntos eles vivem a infância e todo o processo que envolve esse período, porém Benjamim se desenvolve com a saúde debilitada e vive confinado nas dependências do asilo. Eles se apaixonam, mas caminham em direções opostas, pois ela envelhece e ele rejuvenesce. Suas vidas se cruzam em apenas uns momentos, quando eles possuem quase a mesma idade, e depois é impossível manter a relação porque ela está cada vez mais velha e ele mais jovem.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">O filme faz uma reflexão interessante sobre o tempo. Benjamin vive um destino contrário ao tempo. É como se sua vida fosse vivida de “trás para frente”. Também observamos algumas semelhanças entre o período da infância e o da velhice (o bebê tem dificuldades para andar assim como uma pessoa com mais de 80 anos de idade), como se o tempo fosse cíclico, como se caminhássemos para certo ponto e depois regredíssemos. Outra reflexão presente no filme é a diferença entre a mente e o corpo físico do personagem em oposição ao tempo da vida de uma pessoa.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Um espetáculo à parte é a parte técnica da película que vai desde a maquiagem até os efeitos especiais. Sem dúvida a maquiagem é o que chama atenção, pois Brad Pitt e Cate Blanchett interpretam seus personagens em várias fases da vida. O filme é interessantíssimo, reflexivo e nos permite observar outra faceta do tempo. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Ficha técnica:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Diretor: David Fincher</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Ano: 2009</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Gênero: Drama</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Duração: 159 min</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div>Érika Limahttp://www.blogger.com/profile/08007017050719681385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-56881791737125504282011-08-04T00:49:00.000-03:002011-08-04T16:21:01.177-03:00Tempo de despertar<div class="separator" style="clear: both; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-sLxQx_SY9XQ/TjoShvOwyBI/AAAAAAAAADI/602MM8OzSfI/s1600/kkkkkkk.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-sLxQx_SY9XQ/TjoShvOwyBI/AAAAAAAAADI/602MM8OzSfI/s320/kkkkkkk.jpg" width="226" /></a></span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ao despertarmos, uma série de processos psicossomáticos tomam conta de nosso cérebro. Esses processos nos orientam no tempo, mantendo uma noção temporal através dos nossos sentidos e dos nossos afazeres, de forma geral, das coisas simples que exercemos. O que vivemos é marcado por um tempo, o que fazemos e o que não fazemos também é marcado por um tempo. </span><span style="font-size: small;">A passagem desse tempo é subjetiva de modo que cada um a sente de uma maneira diferente.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">O filme <i>Tempo de despertar </i>é baseado em fatos reais: o neurocientista Oliver Sacks testemunhou um pequeno milagre quando foi exercer seu primeiro emprego, num hospital psiquiátrico. No filme, acompanhamos um tempo adormecido vivenciado por pessoas em estado catatônico. Esses pacientes não exercem nenhuma atividade a não ser comer e dormir. São pessoas paralisadas no tempo. Com essa visão, o doutor Malcolm Sayer interpretado por Robin Williams, passa a analisar e buscar respostas sobre essa “doença do sono”, pois </span><span style="font-size: small;">ele suspeita que seus pacientes estejam com Parkinson exacerbado e que, se medicados <span class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_11">corretamente</span></span>, podem despertar.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-gQmFMXnfkIc/TjoTMGF_JLI/AAAAAAAAADM/zW0vzDLmmTg/s1600/awakenings.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="142" src="http://4.bp.blogspot.com/-gQmFMXnfkIc/TjoTMGF_JLI/AAAAAAAAADM/zW0vzDLmmTg/s320/awakenings.jpg" width="320" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">É interessante notar no filme que mesmo após décadas de adormecimento, os pacientes sentiam em si a vontade de viver, de aproveitar tudo o que não haviam vivido antes. Eles voltam para uma realidade completamente diferente daquela vivenciada antes da encefalite letárgica. O tempo se torna valioso e cada segundo do “despertar” é aproveitado. O tratamento faz com que despertem também antigas habilidades como cantar, tocar piano, dançar etc. Esses momentos de diversão proporcionam a eles a esperança de viver, de explorarem novos lugares e de vivenciarem as coisas simples da vida.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;">A nossa percepção de tempo é algo completamente relativo: há quem queira viver intensamente, assim como há pessoas que </span><span style="font-size: small;">vivem como se estivessem adormecidas no tempo. Ao "pararmos" o tempo, pausamos a nossa vida, entretanto a sociedade continua a exercer suas atividades. O tempo não para.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>FICHA TÉCNICA</b></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Diretor:</b> Penny Marshall</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Elenco:</b> Robert DeNiro, Robin Willians, Julie Kavner, Ruth Nelson, John Heard</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Produção:</b> Elliot Abbott, Elliot Abbott, Lawrence Lasker</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Roteiro:</b> Paul W. Shapiro, Steve Zaillian</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Fotografia:</b> Miroslav Ondrícek</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Trilha Sonora:</b> Randy Newman</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Duração:</b> 120 min.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Ano:</b> 1990</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>País:</b> EUA</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Gênero:</b> Drama</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Cor:</b> Colorido</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Distribuidora:</b> Não definida</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="font-size: small;"><b>Estúdio:</b> Columbia Pictures Corporation </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div></div>Julie Menezeshttp://www.blogger.com/profile/15917622690498646080noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-45896248429568283462011-08-02T18:58:00.000-03:002011-08-03T10:48:19.466-03:004° Mostra For Rainbow<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-uWSILiJ3F-E/Tjhxd2fhGSI/AAAAAAAAJIo/Cifcz3tloc4/s1600/Logo-for-Rainbow.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-uWSILiJ3F-E/Tjhxd2fhGSI/AAAAAAAAJIo/Cifcz3tloc4/s1600/Logo-for-Rainbow.gif" /></a></div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;">Nos dias 19 e 20 de agosto (mudou!!) acontecerá, no SESC Esplanada, a 4° Mostra de Curtas For Rainbow. Trata-se de um festival simultâneo em mais de 100 cineclubes brasileiros para discutir a diversidade sexual. A proposta é que cada cineclube exiba os curtas e ofereça outra atividade cultural complementar. Em parceria com o CineSESC, vamos exibir os filmes, promover debates e apreciar uma performance de dança.</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;">No dia 19 de agosto, às 20:00 haverá exibição de curtas e uma mesa-redonda para discutir o tema e os curtas. No dia 20 de agosto, também às 20:00, haverá apresentação de curtas (inéditos) e uma performance de dança.</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</div><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Compareçam, divulguem!</span>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-74916837643007814592011-07-27T15:22:00.000-03:002011-07-30T10:15:27.379-03:00Antes que o círculo se feche<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-NZYd5lusjxM/TjBMcb2wwGI/AAAAAAAAJIk/3tOBaPZNg8o/s1600/220px-Beforetherain.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-NZYd5lusjxM/TjBMcb2wwGI/AAAAAAAAJIk/3tOBaPZNg8o/s320/220px-Beforetherain.jpg" width="217" /></a></div><br />
Desde o Iluminismo, sociedades urbanas concebem o tempo como uma linha. O tempo presente é o momento que coloca os eventos passados atrás de si e os eventos futuros à sua frente. Sociedades rurais pensavam o tempo como um círculo que se fecha e se renova conforme as estações (do plantio, das chuvas, da colheita, das festas, da seca etc.).<br />
<br />
No cinema, uma maneira bastante comum de subverter a linearidade do tempo é mostrando <i>flashbacks</i>. Os <i>flashbacks </i>são introduzidos na linha da narrativa, mas são marcados através de filtros de cores, por exemplo, ou uso de outros tipos de película. Essas marcas mostram ao espectador que a linha do tempo foi suspensa e que o que é narrado daquele modo visual diferente é uma fuga da cronologia.<br />
<br />
O filme macedônio <i>Antes da Chuva</i> (1994) é, até onde sabemos, o primeiro a subverter a ordem cronológica da narrativa sem recorrer aos <i>flashbacks</i>, editando a ordem dos eventos em três estórias: <i>Words, Faces, Pictures</i>. As três estórias formam um círculo que não se fecha. <i>Amnésia</i>, de 2000, embaralha a ordem dos eventos para criar o efeito de confusão criada pela amnésia do protagonista. <i>21 gramas</i>, de 2003, repete a fórmula de <i>Amnésia</i>.<br />
<br />
<i>Antes da Chuva</i> é um filme muitíssimo premiado não só pela sua edição do tempo, mas pelas possibilidades de interpretação que oferece. Durante a guerra da Bósnia, um fotógrafo renomado, residente na Inglaterra, volta à sua terra natal depois de 16 anos e é confrontado com a violência das disputas locais. Mas não é assim que o filme começa. <i> </i><br />
<br />
<i>Words </i>conta a estória de uma moça albanesa que vai se refugiar dos vizinhos cristãos no monastério e acaba sendo protegida pelo monge que fez voto de silêncio. Além de ele não dizer nenhuma palavra, os dois pertencem a línguas diferentes. <i>Faces </i>conta a estória da amante (inglesa) do fotógrafo que está grávida do marido. Ela estranha tanto o marido quanto o amante modificado pela violência registrada na guerra da Bósnia. <i>Pictures </i>conta a estória do fotógrafo que tenta se refugiar da guerra e da retidão britânica na Macedônia. Chegando lá, é confrontado com a velha disputa entre os albaneses (vizinhos) e ortodoxos (a família). A garota albanesa que seus familiares estão caçando refugia-se no monastério.<br />
<br />
Durante o filme, a frase "O tempo nunca morre, o círculo nunca se completa", é repetida três vezes. A estória não se fecha, (antes progride em forma de espiral) mas o círculo de violência faz com que o filme permita essa reflexão sobre a circularidade.<br />
<br />
<table cellspacing="5" class="infobox vevent"><tbody>
<tr class=""><th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Directed by</th> <td class="description"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Mil%C4%8Do_Man%C4%8Devski" title="Milčo Mančevski">Milčo Mančevski</a></td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Produced by</th> <td class="">Marc Baschet</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Written by</th> <td class="">Milčo Mančevski</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Starring</th> <td class=""><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Katrin_Cartlidge" title="Katrin Cartlidge">Katrin Cartlidge</a><br />
<a class="mw-redirect" href="http://en.wikipedia.org/wiki/Rade_Serbedzija" title="Rade Serbedzija">Rade Serbedzija</a></td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Music by</th> <td class=""><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Anastasia_%28band%29" title="Anastasia (band)">Anastasia</a></td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Cinematography</th> <td class=""><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Darius_Khondji" title="Darius Khondji">Darius Khondji</a></td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Editing by</th> <td class="">Nicolas Gaster</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Distributed by</th> <td class="">Mikado Film</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Release <span style="white-space: nowrap;">date(s)</span></th> <td class=""><span class="flagicon"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Italy" title="Italy"><img alt="Italy" class="thumbborder" height="15" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/03/Flag_of_Italy.svg/22px-Flag_of_Italy.svg.png" width="22" /></a></span> 1 September 1994 (premiere at <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Venice_Film_Festival" title="Venice Film Festival">VFF</a>)<br />
<span class="flagicon"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/United_States" title="United States"><img alt="United States" class="thumbborder" height="12" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a4/Flag_of_the_United_States.svg/22px-Flag_of_the_United_States.svg.png" width="22" /></a></span> 24 February 1995<br />
<span class="flagicon"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/United_Kingdom" title="United Kingdom"><img alt="United Kingdom" class="thumbborder" height="11" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ae/Flag_of_the_United_Kingdom.svg/22px-Flag_of_the_United_Kingdom.svg.png" width="22" /></a></span> 11 August 1995</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Running time</th> <td class="">113 minutes</td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Country</th> <td class=""><span class="flagicon"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Republic_of_Macedonia" title="Republic of Macedonia"><img alt="Republic of Macedonia" class="thumbborder" height="11" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f8/Flag_of_Macedonia.svg/22px-Flag_of_Macedonia.svg.png" width="22" /></a></span> <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Republic_of_Macedonia" title="Republic of Macedonia">Macedonia</a><br />
<span class="flagicon"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/United_Kingdom" title="United Kingdom"><img alt="United Kingdom" class="thumbborder" height="11" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ae/Flag_of_the_United_Kingdom.svg/22px-Flag_of_the_United_Kingdom.svg.png" width="22" /></a></span> <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/United_Kingdom" title="United Kingdom">United Kingdom</a></td> </tr>
<tr class=""> <th scope="row" style="text-align: left; white-space: nowrap;">Language</th> <td class=""><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Macedonian_language" title="Macedonian language">Macedonian</a><br />
<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/English_language" title="English language">English</a><br />
<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Albanian_language" title="Albanian language">Albanian</a></td></tr>
</tbody></table>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-79242082762598834342011-07-17T18:53:00.000-03:002011-07-18T11:50:03.047-03:00De tempos em tempos<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><u> </u></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">A definição de <i>tempo,</i> segundo os dicionários, é dada como a sucessão de anos, dias, horas, que envolve a noção de presente, passado e futuro. Ou ainda é definido como o momento ou ocasião apropriada para que uma coisa se realize. O que sabemos é que o <i>tempo</i> é uma questão fundamental para a nossa existência e que pode ser percebido através dos fenômenos da natureza (transição do dia para a noite, a mudança nas marés, observação dos astros, as fases da lua). A passagem do tempo pode ser percebida sem estar baseada necessariamente na percepção da realidade material, mas também pela maneira como a vida é compreendida pelo indivíduo. Tomando como ponto de partida algumas destas reflexões ,damos início a mais uma temática no cineclube: <i>Tempo.</i> Exibiremos no SESC dois documentários e dois curtas: <i>Ãgtux, Jornada Kamayurá, A Janela Aberta </i>e <i>Entre Paredes.</i></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-w2iEljOA1vg/TiRESBxdhWI/AAAAAAAAJIA/wW2vX3QdHL8/s1600/indio2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="http://1.bp.blogspot.com/-w2iEljOA1vg/TiRESBxdhWI/AAAAAAAAJIA/wW2vX3QdHL8/s400/indio2.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">O documentário <i>Ãgtux </i>(que significa “contar histórias” no idioma Maxakali) apresenta um pouco da cultura da etnia Maxakali que habita o vale do Mucuri <st1:personname productid="em Minas Gerais. No" st="on"><st1:personname productid="em Minas Gerais." st="on">em Minas Gerais.</st1:personname> No</st1:personname> documentário, são contadas algumas mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Depois da guerra para obter a posse definitiva de suas terras, receberam terras devastadas pelos fazendeiros que desmataram a floresta para fazer pastos para o gado. Os índios continuam com o hábito de caçar, mas a caça mão é mais a mesma, agora as presas são bois e galinhas, eles também preservaram o hábito de pintar o corpo, mas não usam mais o genipapo e sim tintas industriais. A perspectiva de tempo que vemos neste filme é a resistência dos indígenas que sobreviveram até hoje. Este documentário não tem um narrador, nem um fio narrativo, de modo que a linha do tempo se dilui na contemplação de imagens.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-h9cizgag-E0/TiRFie0JJ_I/AAAAAAAAJIE/MllAinxRkYg/s1600/74292b0a037fd2e01ef9c45c751aeda9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="http://3.bp.blogspot.com/-h9cizgag-E0/TiRFie0JJ_I/AAAAAAAAJIE/MllAinxRkYg/s400/74292b0a037fd2e01ef9c45c751aeda9.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span"><i> Jornada Kamayurá</i> apresenta um dia na vida da etnia Kamayurá que vive no <span class="apple-style-span">o Alto Xingu, próximo à Lagoa de Ipaivu. Quando o sol nasce, os homens e meninos saem em busca da caça enquanto as mulheres e meninas são responsáveis pela preparação do alimento. Neste documentário, a visão de tempo que temos é de um tempo biológico: os índios dormem no fim da tarde e vivem conforme o tempo da natureza.<o:p></o:p></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-J4LiYxZ27Kw/TiRGYXO4cSI/AAAAAAAAJII/-2v2baMStp4/s1600/030514_janela300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-J4LiYxZ27Kw/TiRGYXO4cSI/AAAAAAAAJII/-2v2baMStp4/s1600/030514_janela300.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span">No curta <i>A Janela Aberta,</i> observamos o entrelaçamento do tempo cronológico com o tempo psicológico através da história de um homem que está prestes a dormir e tenta se lembrar se fechou ou não a janela. Por causa desta simples dúvida, a mente turbulenta do personagem faz uma viagem em sua memória para tentar responder a questão e acaba revivendo e embaralhando vários dias. O passado e o presente se misturam de forma brilhante na história. A maneira de filmar (cortando, acelerando e parando o vídeo) sustenta a confusão temporal do personagem.<o:p></o:p></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Cz_J2h5ydQs/TiRHVoG8GvI/AAAAAAAAJIM/1ixXPaFJMco/s1600/entreparedes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-Cz_J2h5ydQs/TiRHVoG8GvI/AAAAAAAAJIM/1ixXPaFJMco/s1600/entreparedes.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span">No curta metragem <i>Entre Paredes</i> é apresentada a história de um casal de vida simples. O marido é dominado pelo ciúme que logo se transforma <st1:personname productid="em parania. Novamente" st="on">em paranóia. Novamente</st1:personname> temos o tempo psicológico dominando o personagem que é conduzido pelos pensamentos paranóicos que aceleram ou deixam as cenas mais lentas. Esse artifício é valorizado pela edição do filme que passa algumas partes do video mais rápidas que outras. A trilha sonora deste curta feita por Naná Vasconcelos é um espetáculo a parte, dando um efeito especial nas cenas de paranóia do personagem (o tempo da música acelera nos momentos de delírio do personagem, fazendo com que quem assiste ao curta seja conduzido pelas emoções alucinadas vividas pelos personagens, sentindo-se também sufocado, preso, entre paredes.)<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span">Através dos filmes, temos algumas percepções de como o tempo pode ser percebido e entendido de várias maneiras, seja de forma cronológica, psicológica ou biológica. O que não se pode negar é que o tempo está passando e nenhum de nós pode deixar de acompanhá-lo. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span">Ficha técnica:</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Título: Ãgtux</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Duração: 22 min</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Ano:2005</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Direção: Tânia Anaya</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span"><br />
</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Título:Jornada Kamayurá</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Duração: 12 min</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Ano: 1966</span></b></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Direção: Heinz Forthmann</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b><br />
</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Título: A Janela Aberta</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Duração: 10 min</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Ano: 2002</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Direção: Philippe Barcinsky</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b><br />
</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Título: Entre Paredes</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Duração: 15 min</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Ano: 2004</b></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><b>Direção: Eric Laurence</b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></div>Érika Limahttp://www.blogger.com/profile/08007017050719681385noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3300785831295187082.post-73868972344078473862011-07-04T20:01:00.000-03:002011-07-27T15:32:39.205-03:00Projeto aprovado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-nVfgnjimYLI/ThJDgrwGsGI/AAAAAAAAJHM/nQpMob6_cqU/s1600/na%252B006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-nVfgnjimYLI/ThJDgrwGsGI/AAAAAAAAJHM/nQpMob6_cqU/s400/na%252B006.jpg" width="300" /></a></div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;">O nosso projeto de extensão universitária cineclube deLírio foi aprovado (yuhu!), concedendo inclusive duas bolsas (ufa!), conforme pedimos (yeah!!!). Isso significa que continuamos exibindo quatro filmes por temática na Unir Campus (toda sexta às 17:00) e no Sesc (toda penúltima terça-feira do mês às 20:00).</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;">Até segunda ordem, as temáticas são:</div><div style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</div><ol><li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Meio Ambiente (encerra essa semana)</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Tempo</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Obsessão</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Morte</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Cinema & Literatura</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Solidão</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Liberdade</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Música - provavelmente outra dose de Chico</li>
<li style="font-family: Verdana,sans-serif;">Revolução</li>
<li><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Pós-Modernidade</span></li>
</ol>iglouhttp://www.blogger.com/profile/15478062780345373981noreply@blogger.com2