segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ventos da Liberdade




No filme que rendeu ao diretor britânico, Ken Loach, a Palma de Ouro em 2006; a revolução aparece no que vou chamar de sua acepção mais convencional. Ou seja, como o processo pelo qual o povo se mobiliza e se organiza para transformar uma determinada situação.

A história da formação do IRA (Exército Republicano Irlandês) é contada por meio da biografia de Demian: um estudante de medicina que, ao se deparar com uma série de acontecimentos atrozes, decide abandonar uma promissora careira para se dedicar à libertação do seu país da ocupação britânica.

Ken Loach se concentra na crueldade e nos absurdos da ocupação britânica para explicar o surgimento do Exército Republicano Irlandês. Tal escolha resulta em uma “leitura” do processo que privilegia os seus aspectos políticos e sociais. Com isto, as questões religiosas que (também) estão por trás da história do IRA ficam em um segundo plano no filme.

O ponto forte de “Ventos da Liberdade” é a profundidade com que o processo revolucionário é abordado. A película nos mostra a extrema complexidade que envolve um movimento de transformação social. Não só no que diz respeito às questões que estão diretamente relacionadas ao enfrentamento da situação em si, mas aos próprios dilemas que surgem dentro do movimento de contestação ao longo da luta.

Um filme muito denso e eletrizante que vale a pena ser visto com atenção e discutido com muita calma.

Por Guilherme Veppo

Informações Técnicas
Título no Brasil: Ventos da Liberdade
Título Original: The Wind That Shakes the Barley
País de Origem: Alemanha / Itália / Espanha / França / Irlanda / Inglaterra
Gênero: Drama
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 127 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estréia no Brasil: 13/04/2007
Site Oficial: http://www.thewindthatshakesthebarl ey.co.uk
Estúdio/Distrib.: Califórnia
Direção: Ken Loach

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