A Solidão é vista, por nossa maioria, como um sentimento doloroso que nos acomete em determinadas circunstâncias. Afinal, quem nunca sentiu um vazio estando em casa sozinho sem uma programação? As pessoas veem solidão como algo pessoal, elas não pensam que estar só é uma característica de todos nós. Todos nós sentimos a necessidade de interagir com outras pessoas para nos sentirmos amados e incluídos no meio social. Mesmo com essa interação, nem sempre é possível deixar de se sentir só, a pessoa se isola de tudo e todos e acaba criando um mundo visto só por ela e só dela.
Em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, a personagem principal Amélie é privada de ter contatos com outras crianças porque seu pai pensa que ela tem um problema cardíaco, sendo assim, ele não a deixa frequentar a escola. Amélie convive apenas com o pai ausente e a mãe neurótica. Com essa situação, Amélie cria um mundo muito particular e refugia-se nele.
Já adulta, Amélie vive as consequências de sua infância. Não tem amigos próximos, não tem um namorado, não tem uma vida social ativa. Apenas tem o seu pai, que às vezes, ela o visita. Refugiada na solidão, Amélie cultiva os prazeres mais simples da vida. Até que um dia, algo que mudará a vida dela, inesperadamente acontece. Amélie encontra uma caixinha com objetos infantis que havia sido perdida há décadas por um garotinho e resolve procurar o dono para devolver o pertence. Ao reparar a emoção do senhor Bretodeau ao reencontrar a caixinha, Amélie acredita que pode ajudar outras pessoas, levando sutilmente um pouquinho de seu mundo de sonho.
Após Amélie ajudar a todos com seus planos simples, ela recebe ajuda de seus colegas, e consegue ajudar uma última pessoa refugiada na solidão: ela mesma. Amélie compreende que precisa encarar a realidade e resolver sua vida estagnada antes que seja tarde demais.
Um roteiro de pura sensibilidade e inteligência, uma belíssima trilha sonora e fotografia contribuíram para que o filme fosse tão reconhecido publicamente. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain nos mostra a solidão das pessoas que vivem em uma mesma cidade, porém são centradas em seus próprios mundos.
Título Original: Le fabuleux destin d'Amélie Poulain
Ano: 2001
País: França
Duração: 120 min.
Diretor: Jean-Pierre Jeunet
Elenco: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Yolande Moreau, Artus de Penguern, Urbain Cancelier, Dominique Pinon, Maurice Benichou.
Produção: Jean-Marc Deschamps, Claudie Ossard
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant
Fotografia: Bruno Delbonnel
Trilha Sonora: Yann Tiersen
Um comentário:
Faz tempo que não vou
ao Cine Brasil
Lacerda nem me lembro
apenas sinto saudades
... os ruídos dos esgotos
estão gravados na minha
memória
quando descia a 7 de Setembro
nossa hitória sempre ligada
a um riacho
dolar furado naquela matinal
de domingo
agora eu já sei onde vou assistir
filmes
muito bom
é quando o cinema se faz
poesia.
Luiz Alfredo - poeta
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