quarta-feira, 5 de maio de 2010

Rosso come il cielo

- Como são as cores?
- Azul é como o vento que se sente andando de bicicleta. Marrom é como o tronco dessa árvore. Sente?
- Então marrom é áspero. E vermelho?
- É o fogo. Vermelho é como fica o céu no pôr do sol.


Vermelho como o céu é um filme baseado na história de Mirco Mencacci, o mais respeitado sonoplasta do cinema italiano da atualidade. No entanto, o sonoplasta não participou do filme magistralmente dirigido por Cristiano Bortone. Eleito como melhor filme pelo júri popular da 30° Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme conta a história de um menino apaixonado por cinema que perde a visão aos dez anos de idade.

A cegueira de Mirco ocasiona uma série de negações: ele não pode mais continuar na escola, porque a lei italiana proíbe, em 1970, que crianças com necessidades especiais frequentem a escola normal; ele não pode mais ficar no vilarejo perto de Pisa em que moram seus pais e é transferido para uma escola para cegos na cidade grande (Gênova); nesse internato (católico e semi-profissionalizante) não lhe é permitido descobrir novas habilidades e sentidos, porque o lema do diretor da escola especial é que a cegueira lhe guiará para o que ainda pode fazer; por fim, a aceitação da sua nova condição sem luz não é fácil.

Mirco perde um de seus sentidos, mas aprende a desenvolver outros. Encontra um gravador e passa a colecionar e editar sons. Nesse sentido, o filme é altamente estimulante e inspirador: acompanhamos como o garoto aprende a manipular a bobina, escuta os sons e procura efeitos sonoros em objetos comuns em parceria com um menino cego de nascença chamado Felice. Com o apoio de um professor, mas em regime autodidata, Mirco aglomera os meninos do internato à sua volta para juntos contarem uma estória composta em conjunto.

Além de ser o elo de ligação entre os meninos do internato, Mirco faz a ponte com a vida fora de seus portões: faz amizade com a filha da zeladora, Francesca; foge do internato com a Francesca numa bicicleta; conhece Ettore, um cego operário manifestante; e leva alguns de seus novos colegas ao cinema.

De todos os filmes sobre a cegueira (A cor do paraíso, Dançando no escuro, Ensaio sobre a cegueira, Janela da alma, Perfume de mulher, Erbsen auf halb 6), esse é o mais estimulante, tocante e alegre.



Informações Técnicas
Título no Brasil:  Vermelho como o Céu
Título Original:  Rosso come il Cielo
País de Origem:  Itália
Gênero:  Drama
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento:  2006
Estréia no Brasil: 20/04/2007
Site Oficial:  http://www.orisa.it/cinema/rossocom eilcielo.htm
Estúdio/Distrib.:  Califórnia Filmes
Direção:  Cristiano Bortone

5 comentários:

Anônimo disse...

Ok, me convenceu. Não irei perder o filme.

Anônimo disse...

esse filme é realmente otimo.. trata a cegueira e especialmente a do jovem mirco de uma forma ludica e alegre, trata da autoconstruçao da criticidade, do descobrimento da criatividade e da fantasia como caracteristicas importantes na definiçao do ser. coisas que fatalmente marcam a infancia de uma forma ou de outra.

Andréia disse...

se for bom como machuca deve ser e ótimo e triste, achei legal a ideia vou ajudar a divulgar :))

Anônimo disse...

Vi este filme ontem à noite e fiquei muito feliz com a história de sensibilidade e respeito aos cegos. A história é linda e bem feita em todos os sentidos.
Gostei de ter encontrado este blog com os dados do filme que na hora não consegui guardar.Obrigado!
Sou prof de Educação Especial e vivo coletando filmes com estes temas.

Reinaldo Di Bernardi disse...

Reinaldo disse:
Promover realização pessoal das crianças deficientes visuais através da vazão da criatividade e autenticidade sem a perda da praticidade da vida é o desafio implícito. Maravilhosa e emocionante obra criativa dos autores.